segunda-feira, abril 17

Aplicação em cultura diminui com Lula, mas Gil agrada

Aplicação em cultura diminui com Lula, mas Gil agrada Os gastos na área cultural no Governo Lula sofreram queda de 6,5% em relação ao Governo FHC. Em valores atualizados pelo Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas, nos dois últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso, o gasto total com cultura foi de R$ 908,8 milhões contra R$ 849,9 nos dois primeiros anos do Presidente Lula. Este ano, até agora, foram gastos R$ 122,4 milhões na Pasta chefiada pelo ministro Gilberto Gil, considerando os restos a pagar pagos de exercícios anteriores. Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira, (Siafi). Os órgãos vinculados ao Ministério da Cultura que receberam mais recursos entre janeiro e março de 2006, também considerando os restos a pagar, foram o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional com R$ 30,8 milhões - gastos basicamente com despesas administrativas - e a Biblioteca Nacional, com R$ 22,7 milhões. A comparação entre os três últimos anos do governo FHC e os três anos do governo do PT revela que, em números atualizados, os investimentos e os gastos com pessoal e encargos sociais também foram afetados pelas quedas registradas de 25% e 18%, respectivamente. Nos períodos de 2000 a 2002 os investimentos totais foram de R$ 151,5 milhões, enquanto que na gestão do Presidente Lula o total dos três últimos anos foi de R$ 113,7 milhões. Na opinião da representante do Fórum de Culturas Populares Indígenas e Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro, Joana Ortiga Correa, mesmo com a redução nos investimentos os recursos foram distribuídos de forma mais justa. Segundo ela, no governo FHC entidades pequenas não tinham acesso aos recursos do governo. "Os recursos foram distribuídos no país inteiro. A forma de acesso foi facilitada, foram abertos mais editais", disse. Joana Ortiga elogiou também a criação do projeto Pontos de Cultura criado pelo ministro Gilberto Gil. Ela conta que os 500 pontos acolhidos pelo projeto receberam apoio financeiro direto para realizar produções. "Eu sinto que o dinheiro circulou mais pelo Brasil", completa. A chefe do departamento de música da Universidade de Brasília, Beatriz Sales, também acredita que o Ministério da Cultura descentralizou os recursos. "Eu não conheço os números, mas o atual governo incluiu regiões como a Norte e Nordeste nunca antes contempladas. Na gestão de FHC, as camadas mais baixas tinham muita dificuldade de acesso às fontes de fomento à cultura", explica. Em recente entrevista à BBC Brasil, o cantor Caetano Veloso criticou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas não condenou a gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. Segundo o cantor, "O governo Lula traz traços políticos arcaicos", pouco condizentes com o tropicalismo representado por ele e Gil. Para ver os gastos do Ministério da Cultura, de 2000 a 2005, em valores constantes, atualizados pelo IGP-DI:
http://contasabertas.uol.com.br/noticias/imagens/SG-MCULTURA-GND-2000A2005-FECHADOC.xls
Aline Sá TelesDo Contas Abertas