sexta-feira, dezembro 24

Documento Salvador-Bahia

CÂMARA SETORIAL DE MÚSICA/BAHIA


Conceito filosófico


As Cadeias Produtivas de música são bem mais complexas do que a das comunicações corriqueiras. Existem esferas que necessitam ser consideradas especificamente, além de considerações sobre a própria natureza do que é criado, transmitido e recebido (consumido). Produção em arte é antes de tudo o surgimento do artista e da obra, até que aquela se torne um “objeto” circulável e consumível.

Vale ressaltar que esta cadeia é intrínseca ao indivíduo que se faz hábil para fazer e para usufruir, que se autoconstrói no tecimento das suas habilidades, na recriação do mundo, na preservação, na criação e na fruição do patrimônio imaterial que é a história da sua humanidade. Com isso, se afirma a plena igualdade entre intérprete, criador e consumidor. O trabalhador que vive de música é também um consumidor de música. E a construção desse indivíduo completo é a primeira cadeia produtiva. Pode ser chamada de Cadeia Produtiva Interna e a matéria prima é o próprio indivíduo que, a partir do seu nascimento, recebe os insumos que lhe são disponíveis historicamente, geograficamente, socialmente, culturalmente, economicamente, politicamente, geneticamente e emocionalmente; as Cadeias Produtivas Externas: Fazendo-se músico ele tem disponíveis dois produtos principais que precisam chegar aos outros consumidores: 1) Saber-fazer - A habilidade de tocar um instrumento, cantar, reger, criar, recriar, compor, etc. 2) Obra - a habilidade de oferecer objetos/música.

Pressupostos

No momento em que o MINC tenta definir uma política pública de cultura em relação à música com a contribuição da classe musical e seus campos afins, se faz necessário traçar alguns pressupostos que consideramos essenciais para a elaboração da mesma. (ver abaixo) Acreditando que o MINC está concedendo aos profissionais dos setores artísticos a definição do fundamento de suas políticas públicas, temos de assumir a responsabilidade de formular propostas que não sejam apenas pragmáticas (projetos), mas que tenham valor e plasticidade suficientes para se tornarem ações efetivas e continuadas no espaço e no tempo, em prol do bem público.

a) Ambiente institucional – LDB (leis que garantem o ensino público e gratuito, que proporcionam cotas, bolsas, primeiro emprego, estágios), constituições, regimentos, normas, diretrizes, parâmetros, etc.
b) Ambiente Organizacional Escolas públicas e privadas, postos de saúde, fundações, universidades, OCIP’s, ONG’s, sindicatos, associações, etc.
c) Descentralização – para que cesse a drenagem em direção a um ou dois focos e surja a circulação desejável entre muitos pólos descentralizados; isto inclui representatividade efetiva, fundada no reconhecimento às diferentes áreas geográficas do país, suas peculiaridades e potenciais;
d) Multiculturalidade – Para que também sejam respeitadas as etnias, tradições, e as diversas manifestações do país em sua pluralidade; isto se estende a uma abrangência nos diversos níveis da produção musical do país.
e) Disciplinaridade e interdisciplinaridade efetiva - No sentido de que uma não pode existir sem a outra, nem tampouco imposições: música não existe independentemente de suas complexas relações com as demais áreas do conhecimento humano e da vida, incluindo aí a crise atual do meio ambiente, mas a integração imposta à revelia de uma vontade de ouvir torna-se uma aberração; as questões de controle da poluição sonora e da surdez, como exemplo, implicam num respeito ao seu consumidor natural, o ouvinte, e se inserem entre as abordagens necessariamente interdisciplinares.
f) Holismo - Doutrina própria aos estudos da cultura e visão fundamental que considera o todo mais do que a soma das partes; neste sentido deve-se evitar a pulverização das câmaras.
g) Relevância – qualquer política é um ramo da ética e tem consequentemente, compromisso com valores, o que não quer dizer preconceito contra certos níveis de produção, mas a necessidade de intervenções e juízo crítico sejam de que níveis se trate: o compromisso com a qualidade deve considerar o artístico e o social, sem que se configure qualquer forma de “dirigismo”; aqui, portanto, se insere a difícil questão da neutralidade e seus limites.

Com base nos pressupostos acima, propomos a criação de 4 (quatro) Sub-Câmaras temáticas, a partir do que consideramos serem os eixos fundamentais, para a formulação de uma política pública na área de música.


1a Sub-Câmara - FORMAÇÃO

Abrangendo os seguintes grupos de trabalho:

1. Educação Musical na:

a) Educação Musical Formal (Ensino básico, médio e superior)
b) Educação Musical profissionalizante: técnico (médio), tecnológico (3o grau), universitário (graduações, pós-graduações), educação à distância não oficiais
c) Educação Musical não formal (cursos de sua eleição, práticas instrumentais e de criação, procura espontânea por in-formação, educação à distância não oficiais, 3o setor).
d) Educação Musical Informal (sem consciência dos processos de ensino-aprendizagem): imersão cultural, meios de comunicação, etc.
e) Educação Musical Especial

2. Financiamento:

a) Bolsas, estágios, premiações
b) Suportes técnicos (fabricação, aquisição e manutenção de instrumentos e equipamentos, e aparelhos de sonorização e iluminação).

3. Equipamentos Culturais e Acervos (Manutenção administrativa, do patrimônio e acervos)

4. Pesquisa/Memória - Pesquisadores: etnomusicólogos, antropólogos, sociólogos, críticos, etc).


2a Sub-Câmara – CRIAÇÃO/TRABALHO

Abrangendo os seguintes grupos de trabalho:

1- Músico-produtor independente (bandas, orquestras, arranjadores, ensaios, arregimentação) - criar independente da circulação da obra.

2-Legislação:
a) Leis de incentivo a cultura
b) Pirataria
c) Questões trabalhistas.
d) Direito autoral e conexos

3a Sub-Câmara – PRODUÇÃO

Abrangendo os seguintes grupos de trabalho:

1. Registro: edição (partituras, livros, songbooks); gravação (CD, DVD); Informatização (arquivos de áudio digital, como o MP3)
2. Relação com o meio ambiente: Estudos da poluição sonora, fabricação de instrumentos.
3. Curadoria e produção de programas (TV, rádio, spots, trilhas para cinema e TV) e eventos culturais (shows, concertos, festivais).
4. Financiamento e captação de recursos
a) Iniciativa privada
b) Ambiente público
i. Leis de incentivo
ii. Instituições e programas
iii. Recursos provenientes de empresas públicas e sociedades de economias mistas federais.


4a Sub-Câmara – DIFUSÃO

Abrangendo os seguintes grupos de trabalho:

1. Distribuição e circulação de Eventos, Acervo e Pesquisa
2. Concessão de rádio, TV
3. Formação de Platéia
4. Novas tecnologias

quarta-feira, dezembro 22

Videoconferência SERPRO 20/12/04



Serpro sedia videoconferência promovida pelo Ministério da Cultura

O Serpro sediou no dia 20 de dezembro, uma videoconferência para discussão da criação do Conselho Nacional de Políticas Culturais, um debate promovido pelo Ministério da Cultura - MinC e pela Funarte. O conselho será composto por Câmaras Setoriais que representarão os grupos de trabalho e outros fóruns relacionados ao assunto.
A videoconferência reuniu artistas, músicos, produtores, compositores e outras pessoas, espalhadas por todo o país, envolvidas com a música e a cultura. Todas as regionais foram inseridas neste grande encontro e o Serpro recebeu os agradecimentos por ter disponibilizado esta tecnologia, a videoconferência, que se mostrou de fundamental importância neste período de debates para a convergência de idéias na construção de uma grande política nacional voltada para a música brasileira.


O evento foi aberto em São Paulo, onde estavam presentes, entre outros convidados, o Secretário Executivo do Ministério da Cultura Juca Ferreira – que na ocasião substituía o ministro Gilberto Gil, a Gerente de Desenvolvimento de Políticas Setoriais do MinC Angela de Andrade, o presidente da Funarte Antonio Grassi e a diretora de música desta instituição Ana de Hollanda. O secretário destacou a necessidade de se definir o papel do Estado neste processo de construção e ressaltou a formação das Câmaras Setoriais como representação da reflexão coletiva em cima do tema.


Antonio Grassi mencionou que os processos das Câmaras Setoriais surgem em um momento de reestruturação do MinC, no qual há a inauguração de um diálogo aberto e transparente das suas áreas finalísticas. Ana de Hollanda destacou que este trabalho vai ao encontro de um antigo anseio relacionado ao entendimento entre governo federal, entidades e atores ou "fazedores de arte". Ao abordar o trabalho da Funarte, Ana ressalta que esta entidade tem trabalhado com um olhar mais aberto, mais nacional e democrático.


Os participantes presentes em todas as representações regionais do Serpro tiveram a oportunidade de manifestar suas reivindicações, propostas, idéias e opiniões em relação ao tema. Em São Paulo, manifestaram-se artistas e produtores como Carlos Zimbler, Amilson Godoy, Luis Fernando Gama e Juca Novaes.


Antonio Grassi parabenizou o Serpro por este serviço e todos os participantes pela maturidade da reunião. Destacou alguns pontos levantados: a preocupação com a circulação da produção cultural, a importância da divulgação nos veículos públicos, a batalha por orçamento, a parceria com outros ministérios para a busca desta política nacional, entre outros. Juca Ferreira acrescentou ao discurso de Antonio a importância de uma nova configuração para os instrumentos de comunicação do governo e da presença da música nestes meios públicos. Reafirmou a necessidade destacada por Ivan Lins de se fazer alguma coisa pela Ordem dos Músicos e também de exigir mais desta representação, já que é a única entidade que consegue abarcar toda a categoria.


Juca Ferreira finalizou o evento demonstrando seu encantamento pela reunião, não somente pela técnica, mas pela participação e promoção de um diálogo maduro e democrático.

Coordenação de Comunicação Empresarial do Serpro



http://www.serpro.gov.br/



Conclusão reunião 21/12

Queridos foristas,

Após a reunião de São Paulo com o Minc, esboçou-se a PROPOSTA abaixo para ser discutida e aprovada na plenária do FPPM, quando de nossa próxima reunião, marcada para o dia 10 de janeiro de 2005, e também pelos demais Fóruns Estaduais.

Videoconferência
A Senhora Ângela Andrade (Secretaria de Políticas Públicas do Minc.) vai tentar agendar para próximo do dia 20 de janeiro outra Videoconferência com os Fóruns Estaduais. A organização do Fórum Nacional vai tentar articular a presença regional nos 10 estados em que há capacidade técnica do Serpro para que isso aconteça, ou seja, teria-se representantes dos estados do Centro-Oeste em Brasília, do Nordeste no Ceará ou Pernambuco, do Norte no Pará e do Sul no Rio Grande do Sul, para que todos os estados possam estar presente.

Encontro com o Minc e Encontro Nacional da Classe Artístico-musical
A idéia é fazer 03 dias de encontros assim distribuídos:
1 - Haveria um encontro de representantes dos estados com o Minc num primeiro dia, em reunião chamada e organizada pelo Ministério.

2 - No segundo dia, seria realizado o Encontro Nacional com a presença de delegações de todos os estados, com caráter aberto, chamado e organizado exclusivamente pela classe Artístico-musical.

3 - No terceiro dia, haveria nova reunião de representantes de cada estado com o Minc para levar as decisões tomadas no Encontro Nacional, com vistas à formação da Câmara Setorial.


Em tempo, o Fórum Social Mundial serviria como trampolim para esse ciclo de reuniões e teríamos o mês de janeiro para continuar na batalha pela criação de Fóruns independentes e permanentes nas unidades da federação que não os possua.

Essa foi a proposta aprovada por unanimidade pelos presentes na reunião que contou com a Senhora Ângela Andrade, os Coordenadores do FPPM Amilson Godoy, Carlos Zimbher, Luis Felipe Gama e Juca Novaes, os membros da Comissão de Organização do Encontro Nacional Caíto Marcondes, Itamar Vidal e Zé Alexandre e do forista João Parayba, além do representante de Mato Grosso do Sul, o músico Idemar.

abraços fraternos

Carlos Zimbher

quarta-feira, dezembro 15

Boletim 13/12

Forum Paulista Permanente de Música
FUNARTE - Al Nothman 1058 sempre às 20h00.
BOLETIM 13/12/04


I - Deliberado o adiamento do Encontro Nacional

II. Relato sobre a reunião com a POLIS na sexta feira pp e diálogo com a Angela Andrade durante o fim de semana:

Na reunião com a POLIS, os representantes da Coordenação do FPPM e da Comissão de Organização do Encontro Nacional ficaram sabendo que o Minc já havia passado uma pauta para o Encontro e também que a POLIS não faria a interlocução entre o FPPM e o Minc. O Sr. Hamilton, diretor da POLIS sugeriu que enviássemos então a proposta de Encontro diretamente para a Senhora Ângela Andrade, o que foi feito.
A Senhora Angela, informou-nos que ja estava agendada a participação do Juca Ferreira do Minc e do Grassi da Funarte no dia 21 e que talvez essa data pudesse ser aproveitada para uma REUNIÃO com o pessoal do FPPM e de mais alguns outros Fóruns que já tinham a viagem acertada, para discutir a Câmara Setorial. Portanto, a reunião estaria sendo chamada pelo Minc, seria coordenada pela POLIS e aberta a todos os interessados. A reunião deverá durar cerca de 4 horas.
Foi solicitado ao relator da Comissão de Organização do Encontro Nacional, o colega Antonio Herci, que explicasse o motivo de se estar propondo o adiamento do Encontro Nacional. O relator da comissão declarou que houve falha de comunicação entre a Coordenação do FPPM e o Minc.

Carlinhos Antunes pediu a palavra, disse que se tratava de uma mentira e comunicou seu afastamento da Coordenação, seguiu-se a renúncia de Amilson Godoy, em solidariedade a Carlinhos Antunes, apoiado também por Juca Novaes, que também atrelou sua permanência à de Carlinhos. Estes membros da coordenação disseram-se atingidos pessoalmente por críticas que "elementos desagregadores" teriam feito. Amilson Godoy disse ainda que declarações que Carlos Zimbher havia feito em e-mails trocados entre a coordenação do FPPM e a Comissão do encontro nacional, alimentavam essa tese.

Zimbher declarou também que se sentia desconfortável com relação ao tratamento dado pela Comissão à Coordenação e em função disso havia convocado uma reunião às 18:00 hs justamente para resolver essas diferenças, à qual não compareceram os membros da coordenação do FPPM, que estavam renunciando e Antonio Herci, pela comissão do encontro nacional. A Coordenação acusou a Comissão de enviar e-mails ofensivos à integridade da Coordenação em circuito fechado e sugeriu que esses e-mails fossem
liberados para o público do forum em geral. Vários membros da Comissão do Encontro Nacional consideraram que absolutamente nada do que foi escrito nesta correspondência seja de alguma maneira ofensivo. Ficou acertado que a Comissão do Encontro enviaria esses e-mails para todos os que quisessem recebê-los, bastando para isso entrar em contato com Léa Freire.
Solicitado por vários foristas presentes que os membros renunciantes voltassem à Coordenação para que a pauta fosse seguida, ficou
decidido que Carlinhos Antunes voltaria para a Coordenação, mas entraria de licença, pois viajará em turnê - o que resultou na volta de todos à Coordenação do FPPM.

III. Videoconferência de Cultura alterada para Videoconferência da Música
Acontecerá dia 20/12 na SERPRO a partir das 10h00, com participação da coordenadoria do FPPM e 5 coordenadores dos GTs que estão ativos. Cada forum estadual indicará seus participantes.



IV. Formulação Política da Câmara Setorial da Música

O Minc, através da Angela Andrade (Secretaria de Políticas Públicas), declarou por telefone que apoia nossa formulação.


V. Propostas do FPPM para a REUNIÃO de 21/12

Espaço na mesa para reafirmar a carta de São Paulo

Espaço para os outros foruns formatarem a Câmara Setorial.

Posição do Minc sobre quem comporia a Câmara Setorial ( os outros 50%)

Discussão sobre o Encontro Nacional de Fóruns

Debate aberto

Registro, em áudio, da REUNIÃO por João Paraybha


VI. Próxima reunião do FPPM dia 20/12 às 20h00 na FUNARTE - Al Nothman 1058







sábado, dezembro 11

Textos para site

Artistas se unem pela defesa de interesses comuns
O Estado de S. Paulo - 25/10/2004 - Por Redação

Carregando a fama de categoria das mais desunidas, profissionais da música só costumam se encontrar em estréia de show de medalhões e velórios. Sexta-feira, em reunião no Itaú Cultural, em São Paulo, cerca de 50 desses artistas demonstraram estar dispostos mais do que nunca a se unir por outro objetivo comum: a criação de uma agência nacional da música, com poder jurídico para negociar e defender seus interesses. "Temos a melhor música do mundo, não podemos nos deixar subvencionar. Nosso movimento é para que tomemos a rédea do nosso destino, não esperar que as decisões venham de cima", disse Ivan Lins, que comandou a reunião ao lado da letrista Cristina Saraiva e dos músicos Juca Novaes, Carlinhos Antunes e Dalmo Mota, presidente do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro. Entre outros, participaram das três horas de reunião expoentes de diversas vertentes da MPB, como os cantores Sérgio Reis, Célia e Celma, Ná Ozzetti, Clara Becker, Paulo Ricardo; os compositores Chico Saraiva, Celso Viáfora, Théo de Barros e Eduardo Gudin; o produtor Pena Schmidt; os instrumentistas Léa Freire, Caíto Marcondes, André Mehmari, Amilton e Adilson Godoy. Lincoln Antônio e Carlos Zimbher representaram a Cooperativa de Música, uma iniciativa bem-sucedida em São Paulo que vem progredindo.
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MinC cria as Câmaras Setoriais
Folha de S. Paulo - 25/10/2004 - Por Redação

Com um evento hoje, às 14h30, na Cinemateca Brasileira (lgo. Senador Raul Cardoso, 133, Vila Clementino, São Paulo), o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o presidente da Funarte, Antonio Grassi, anunciam a criação das Câmaras Setoriais de Cultura. O MinC convidou entidades representativas dos segmentos envolvidos música, artes cênicas, artes plásticas, literatura, além de artistas e produtores culturais, para estarem presentes e participarem dos debates e apresentarem propostas.
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Uma das categorias menos organizadas do país esboça mobilização; ensino obrigatório em escolas e criminalização do jabá podem ser as prioridades; Ancinav da música não é consenso

Sílvio Crespo
www.culturaemercado.com.br
24/10/2004

Compositores, intérpretes e letristas estão procurando iniciar no país uma mobilização permanente para elaboração de uma política cultural para a música. Em 24 de setembro, um grupo de músicos liderados por Ivan Lins, Cristina Saraiva, Ana Terra, Dalmo Mota e Francis Hime reuniu-se com o presidente da Funarte (Fundação Nacional da Arte), Antonio Grassi, e o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, e propôs a criação de uma agência reguladora para o mercado musical, que obedeceria a princípios análogos ao da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual).

Na última sexta-feira (22), Ivan Lins e companhia organizaram uma reunião no Itaú Cultural, em São Paulo, em que compareceram cerca de 60 pessoas. A continuidade do debate se dará por meio de um fórum virtual e um fórum “palpável”, com encontros regulares. O objetivo é iniciar uma discussão dentro de uma categoria ainda pouco organizada, se comparada a setores como o teatro e o cinema.

“Aqui em São Paulo não teve no ano passado o ‘Cultura para Todos’?”, perguntou à platéia Cristina Saraiva, uma das organizadoras da mobilização no Rio de Janeiro. A resposta foi um murmúrio de dúvidas, e uma ou outra pessoa arriscando palpites: “você está falando daquele Fórum Cultural Mundial?”.

Não. Cristina se referia ao evento na Sala São Paulo —majestoso palácio de concertos paulistano—, amplamente divulgado na imprensa, que reuniu em junho de 2003 mais de mil artistas e outros profissionais do setor cultural para apresentar propostas de políticas públicas. Representantes dos governos federal, estadual e municipal estavam presentes e consideraram o evento uma amostra das demandas de política cultural da cidade.

Prioridades
Na reunião no Itaú Cultural, em que se encontravam músicos de várias tendências, alguns com histórica presença na mídia, como Sérgio Reis, a preocupação era também preparar a classe para a criação das câmaras setoriais, que o Ministério da Cultura anunciará nesta segunda (25).

Foram lançados no encontro dois objetivos, que podem vir a orientar a organização dos músicos: a criminalização do jabá e a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas. A idéia de regulação do setor, quando posta em debate, rendeu polêmica e deve sair de pauta, a menos por enquanto. Não se falou em numeração de CDs, lei aprovada em 2002 com o objetivo de dar ao músico algum controle sobre suas vendas.


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Gil anuncia câmaras setoriais
Folha de S. Paulo - 26/10/2004

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciou ontem em São Paulo o lançamento de câmaras setoriais de cultura voltadas para música, artes cênicas, artes visuais e livro/leitura. Representantes dessas áreas reclamaram que o ministério estava dando prioridade à tentativa de criação da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual). As quatro câmaras terão membros do governo e das respectivas áreas e serão vinculadas à pasta. O anúncio da composição será feito dentro de 15 dias aproximadamente. Segundo Gil, as câmaras terão seis meses para apresentar um projeto de políticas para cada setor e poderão se transformar em conselhos nacionais (como o Conselho Superior de Cinema) e até em agências. "Que venham agora quatro avalanches", afirmou Gil, comentando a avalanche de controvérsias geradas pelo anteprojeto da Ancinav

Suite e sequencia: música 2 - 01 nov Folha de SP
MÚSICA EM DEBATE

Artistas pedem inclusão de ensino musical em currículo escolar e atuação do governo contra jabaculê

Jabá e direito autoral mobilizam classe
DO ENVIADO AO RIO

Embora a incerteza e a hesitação ainda dominem as discussões da classe musical recém-reagrupada, parece consensual a proposta de que se criem diversos grupos de trabalho para levantar os principais problemas atuais do setor no Brasil e levá-los ao Ministério da Cultura.
A proposta inicial dos organizadores elenca dez grupos: de educação musical, capacitação profissional, meios de comunicação, difusão de música brasileira no exterior, preservação de memória, pirataria, direitos autorais, mapeamento, criação e formação de platéia e questões trabalhistas.
A dinâmica se acelera, Fernanda Abreu pede inscrição no grupo de direitos autorais. Jorge Vercilo reivindica a inclusão de grupo para a atividade dos músicos da noite ("em que sobrevivi muitos anos e ainda sobrevivo"); convencido, acaba inscrito no grupo trabalhista. Ivan Lins se autofilia ao dos meios de comunicação, em que a vedete será o famigerado jabaculê (pagamento de dinheiro por gravadoras para determinadas músicas estourarem em rádio e TV).
A compositora Joyce, da platéia, discursa pedindo especial atenção a três questões: a luta contra o jabá, a inclusão do ensino de música na formação escolar básica e a necessidade de extinguir a maioria das sociedades de arrecadação de direitos autorais no país.
Sobre esse último ponto, ela e outros participantes atacam a proliferação de sociedades subordinadas ao Escritório Central de Arrecadação de Direitos (Ecad) nas últimas décadas, enquanto países mais desenvolvidos possuem uma ou duas organizações.
Sobre o jabá, Joyce pede que a classe pressione firmemente o governo e o Ministério da Cultura: "É questão de corrupção, se neguinho está detonando briga de galo por que não encarar o jabá?".
Os direitos autorais também dominam a pauta, como na intervenção do compositor e guitarrista Cláudio Guimarães: "O Ecad é um entulho autoritário, quando lutamos por sua criação era a única luz no fim do túnel. Era bandidagem, Jards Macalé tomava tiro na rua por falar do assunto".
Lembrando a movimentação dos anos 70 que culminou na criação do Ecad, ele arranca gargalhadas da platéia: "Quando precisamos ter um representante no Conselho Nacional de Direitos Autorais (CNDA), o presidente Ernesto Geisel nomeou Roberto Carlos, o que é um drama".
Joyce lembra quando esteve no CNDA, entre os substitutos do Rei, "que era nosso representante e nunca foi lá": "Havia os advogados do "bem" e os da "hidra". O conselho tinha sua função, conquistou várias coisas para nós".
Guimarães comenta o presente, entre otimista e pessimista: "Para mim é gratificante, 30 anos depois, ver a classe tocando na ferida, apesar de ver também como estamos desorganizados".
Eis outra senha: a desarticulação entre os diversos ambientes da música nacional está na boca de todos os participantes. Aparece quando Abel Silva chama o sindicato de "defunto morto, que fede" e quando Dalmo Mota retruca que ele nunca foi ao sindicato. Aparece nas várias referências à desacreditada Ordem dos Músicos do Brasil, que tem um mesmo dirigente há quase 40 anos.
Aparece no resmungo de Tibério Gaspar, de que "o MinC traçou o plano por nós", e no truco de Fernanda Abreu, de que "a gente não traça nada". É ela também quem se irrita com os reclames de Abel Silva contra o sindicato: "Se você quiser acabar com o sindicato, a hora é agora".
Quem tenta afinar todos os instrumentos é Egeu Laus, atuante no Fórum Carioca de Música, que brinca que é designer, e não músico. Ele ataca a resistência de vários dos presentes em aceitar a presença da hidra de cinco cabeças na câmara setorial: "Interesses classistas não vêm ao caso. Todo mundo tem que ser obrigado a sentar na mesma mesa e se encarar. Se não for assim o mais poderoso faz seu lobby e vence tudo".
Pois um novo e grande lobby tenta se formar; São Paulo segue de perto a aceleração dos acontecimentos no Rio. "É igual a um estopim, já há mobilizações importantes aqui, em Brasília, no Pará. Não me lembro de ter presenciado algo assim em meus 45 anos", avalia o músico Juca Novaes.
O panorama soma hesitações, desconfianças, descobertas, mas, como diria Vinicius de Moraes, abriu-se a porta da arca de Noé.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)



De: "Cristina Saraiva"
Data: Seg Nov 1, 2004 10:23 am
Assunto: Folha de São PAulo , hoje

Classe ensaia mobilização inédita em reação a proposta do MinC de criar câmara setorial

A música se levanta
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A voz grave de locutor de rádio ou cinemão à moda antiga se abre ao microfone, anuncia que vai começar o espetáculo. Poderia ser um auditório de fãzocas da dourada Rádio Nacional, uma assembléia estudantil tipo anos 60 ou um culto religioso em qualquer época e lugar -mas nada disso. O "locutor" se chama Ivan Lins e está no palco da casa carioca de jazz Mistura Fina para anunciar um levante na música brasileira. É dia 28 de outubro de 2004.
As tentativas de reorganização da classe musical, no Rio, vêm se acelerando desde o ano passado, no âmbito do Fórum Carioca de Música. Em São Paulo, partem de fóruns e cooperativas ainda pequenas e isoladas. Agora todas se afunilam por causa da proposição, pelo Ministério da Cultura (MinC) do também músico Gilberto Gil, da criação de uma série de câmaras setoriais para a cultura -entre elas a de música.
A idéia foi importada do Ministério da Indústria e Comércio, que costuma manter grupos de discussão e trabalho abrangendo todos os elos de cadeias produtivas de diversos setores -"para soja, para porco, para suíno", exemplifica o violonista Dalmo Mota, representante do Sindicato de Músicos do Rio de Janeiro no concerto e um dos condutores da nova mobilização.
A platéia de cerca de cem pessoas do Mistura Fina está em polvorosa. Divide-se acaloradamente entre aplausos e vaias remetidos ao governo federal, ao ministro-cantor, ao representante do sindicato ("Não conheço você, nunca ouvi falar, conheço líder estudantil de longe, você não me representa", brada o compositor Abel Silva, encarnando o contra-tudo-e-contra-todos).
Vários se colocam contra a participação de outros elos da cadeia musical na câmara setorial. Tibério Gaspar, veterano co-autor do hino vencedor de festival "BR-3" (70), cunha o termo "hidra" (que virará moda e mania ao longo da reunião-show) para definir os inimigos em comum -além do governo, um monstro à parte.
O bicho de cinco cabeças, segundo ele, solda gravadoras, editoras, TVs, rádios e empresários musicais. Esquece-se de que os próprios músicos, compositores, intérpretes e letristas formam a sexta cabeçorra do monstro. "Somos muito fortes, somos milhares, mas não temos consciência de classe. Esse é que é o perigo", (auto)critica Tibério, quase encontrando a sexta cabeça.
Em meio à balbúrdia de bichos diversos numa arca de Noé, discursos dos chefes de chapa vão tentando clarear o panorama. A plenária aos poucos absorve a retórica de que é preciso forjar a impressão de uma classe unida e apresentar propostas concretas no próximo encontro com o ministro, marcado para esta quinta-feira, no Rio.
O comissariado, em forma de quinteto sem cordas, é constituído por Dalmo Mota, pelos históricos Francis Hime e Ivan Lins ("Dalmo é um grande violonista", ele tenta salvar mais tarde), por Cristina Saraiva (que se autodefine "letrista e artista desconhecida") e por Ana Terra, co-autora, com Angela Ro Ro, de "Amor, Meu Grande Amor" (79).
Se, em reunião anterior, na casa de Hime, compareceram espectadores-atores mais ou menos jovens, como Frejat, Zélia Duncan e Pedro Luís, desta vez o predomínio é da velha guarda da combalida MPB, no meio da qual bóiam meio perdidos militantes egressos da música erudita ou do pop dos anos 90 (como o radiofônico Jorge Vercilo) e 80 (Fernanda Abreu). A ex-backing vocal da Blitz provoca: "Chamei um monte de gente, DJ Marlboro, MV Bill, Paula Toller, não vieram. Cadê os "conscientes'? Cadê MV Bill, Paralamas, Titãs, Kid Abelha? Cadê o Lobão?".
Lobão, notório rebelde com várias causas, estava viajando, mas promete que vai aparecer nas próximas reuniões.
Entre emepebistas históricos como Marcos Valle, João Bosco e Carlos Lyra e uma pequena legião de operários da música, nota-se a ausência quase total de figurões da dita linha de frente da música nacional. Cristina Saraiva tomou a iniciativa de manter informado por fax o outrora participante Chico Buarque, colega dela nos jogos de futebol. Maria Bethânia mandou avisar que não tem muita paciência para essas coisas, Caetano Veloso está cantando no Primeiro Mundo.
Até o momento ainda não deram as caras bichos tão diversificados quanto militantes de samba de raiz, movimento hip hop, funk carioca, axé music, canção sertaneja (afora Sérgio Reis, atuante no grupo paulistano, que tenta seguir de perto o carioca com intensas e intensivas reuniões).
Quem organiza o movimento e orienta o Carnaval, por enquanto, são artistas com quem o grande público não tem familiaridade, como Cristina e Dalmo no Rio e Carlinhos Antunes e Juca Novaes em São Paulo.
Mas, nas duas cidades, a voz mais forte tem sido a de Ivan Lins, que freqüentemente adota um discurso de tomada de responsabilidade, mais proposta e menos reclamação.
Quando o maestro Antonio Adolfo, o outro co-autor de "BR-3", reclama do que virou o Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos), Ana Terra retruca: "Virou por quê? Porque nós deixamos". E Ivan carimba: "A culpa é nossa".
Ele toma gosto pela coisa e adquire ares de chefe popular, às vezes quase messiânico/populista. Eis algumas de suas palavras de ordem: "O governo considera a cultura um subproduto", "a classe política não é confiável", "sou privilegiado, podia estar em casa assistindo vocês fazerem, mas quero colocar todo meu prestígio, me jogar de cabeça nisso", "quero sentar frente a frente com o pessoal do jabá, ouvir eles dizerem na minha cara que não pagam jabá", enfim "talvez esta seja a grande missão da minha vida".
Mas Ivan acaba por expor também sua própria classe, comumente associada a fama, glamour, riqueza e futilidade: "Precisamos discutir a céu aberto, para que a comunidade saiba que viver de música não é tão fácil assim. A comunidade não sabe nada sobre jabá, sobre direitos autorais, sobre pirataria".
Adiante, se refere à desunião de seus pares: "Às vezes um tenta chutar o balde, mas outros dois dão para trás, com a desculpa de que "ah, eu estava lá tocando bem no rádio, ia me prejudicar" ". Como Ivan bem sabe, os que tocam bem no rádio por enquanto continuam guardados em casa contando o vil metal.
Hime, parceiro histórico do politizado Chico Buarque, admite que a classe se inspira no burburinho propagado a partir da fauna cinematográfica e da polêmica proposta de criação da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav).
Sublinha discurso propositivo, mas também independente. "Os músicos são sempre acusados de não se mobilizarem, esta é uma oportunidade histórica dada pela presença de Gil no governo" mas também, "se for o caso de criar uma agência lá na frente, que seja de preferência independente do governo; quem vai criar políticas somos nós, é a classe musical".
Cristina Saraiva toca no mesmo assunto: "Quando rolou a história da Ancinav, me perguntei por que a gente também não tem uma agência. O cinema está organizado, na música não temos política nenhuma. Precisamos dar finalmente uma mostra de maturidade política, que vai depender da nossa capacidade de construção coletiva".
E ela completa, ecoando o medo e a desconfiança subjacentes em muitos dos discursos: "O mais importante é que a gente se organize, se estamos organizados e unidos não há como o governo passar rasteira".

Primeiros Boletins

São Paulo, 23/10/04

Queridos,

estejam bem.

Aconteceu 6ª feira (22/10) a 1ª convocação do FORUM PERMANENTE DE MÚSICA em São Paulo, em princípio, organizado pela equipe que dirige hoje o Sindicato/Ordem dos Músicos no Rio de Janeiro (Dalmo, o mesmo pessoal que estava na ABEM). Foi um encontro muito bom no qual estavam presentes representantes de vários segmentos ligados à música no Brasil. Graças a este movimento, que já está acontecendo no Rio há mais ou menos um ano, Gilberto Gil estará em SP nesta 2ª feira (25/10) anunciando a formação de Câmaras Setoriais em todas as áreas artísticas, inclusive Música.

O objetivo do FORUM foi colocar todos a par desta ação do Ministério e conclamar os músicos para uma organização que determine as políticas públicas com relação à música no Brasil. A música popular estava bastante representada, entre tantos outros: Ivan Lins, Paulo Ricardo, Carlinhos Antunes, Sérgio Reis (!), e mais o setor discográfico, escolas de música, etc.

Serão formados vários grupos de discussão e uma das pautas mais abraçadas foi a volta da música nas escolas regulares. Semelhante ao FORUM em SP está acontecendo também em vários pontos do Brasil. Parece-me que, finalmente, os vários setores que envolvem a música no Brasil estão começando a se organizar e quem sabe, esta classe aparentemente tão desunida entre em um novo momento.

O encontro com Gilberto Gil será na CINEMATECA do Ibirapuera às 14:30h da 2ª feira 25/10. É aberto à todos os interessados.

um grande abraço,
Aída Machado


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Caros Músicos



É com satisfação que comunicamos nossa próxima reunião para o dia 27/10 (quarta-feira) ,às 20hs,no Museu da Casa Brasileira, av. Brig.Faria Lima, 2705, esquina com a Cidade Jardim.



Como foi divulgado na imprensa na data de hoje, Gilberto Gil, ministro da Cultura, anunciou ontem a criação de quatro Câmaras Setoriais, dentre elas uma para a música popular. A partir de agora, em quinze dias será anunciada a constituição de cada uma dessas Câmaras, e em seis meses serão apresentadas ao governo o diagnóstico e as propostas para o nosso setor.



Portanto, estamos vivendo um momento muito especial e não podemos nos dispersar. Em menos de uma semana já participamos de duas importantes e representativas reuniões, onde ficou claro nosso firme propósito de nos organizarmos para tomar medidas importantes referentes a vários assuntos que nos envolvem, como OMB, jabá, sindicato, direito autoral, educação musical nas escolas, participação nas câmaras setoriais,pirataria, para citar alguns temas discutidos.



Já há algum tempo, os músicos do Rio de Janeiro estão se organizando, e vários de nós, músicos de São Paulo, resolvemos nos unir a esse movimento, visando a criação de um Fórum Nacional Permanente de Música, no qual buscaremos posições conjuntas para os diversos temas que dizem respeito à nossa categoria.



Dos assuntos pendentes, há um em especial ,que exige de nós, músicos, uma resposta rápida e representativa: De que maneira São Paulo estará representado na Câmara Setorial da música? Como se dará nossa participação? Quais são as entidades paulistas que de fato representam os músicos? Como se dará nossa organização para que todos os gêneros musicais se sintam representados?



Para discutir estes e outros temas sua presença é fundamental.



Quanto mais representativa for nossa reunião, maior será nossa convicção e união.

Chegou a hora de formarmos um Forum Permanente de Música de São Paulo para que estejamos unidos e fortes , para que as políticas públicas para a música, em âmbito municipal, estadual ou nacional não mais sejam traçadas à nossa revelia. Para que nossos assuntos profissionais sejam resolvidos por nós , que vivemos da música e para a música. Que nossas crianças possam ter educação musical nas escolas no sentido mais amplo do termo.



QUARTA FEIRA-27 DE OUTUBRO-20HS -

MUSEU DA CASA BRASILEIRA-

av.Brigadeiro Faria Lima, 2705-

quase esquina com Av.Cidade Jardim



Participe e avise outro músico



Carlinhos Antunes / Juca Novaes

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OLÁ COLEGAS MÚSICOS



Primeiramente informamos que a reunião de HOJE será na sede da FUNARTE (Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos - Centro), das 20:00 às 22:00 horas.



Os pontos que tiramos na última reunião de quarta -feira e que serão discutidos amanhã foram:

-educação musical integral

-meios de comunicação e novas mídias

-OMB/sindicatos/capacitação profissional

-difusão- interna e externa

-direito autoral - associações de direito- ECad

-comercialização e distribuição (pirataria-marketing e mercado)

-cultura (patrimônio material-preservação da memória)

-legislação específica (leis de incentivo ..)



Esse pontos estão servindo de referência para nossas discussões e comissões de trabalho.

Também estaremos com um resumo da reunião dos colegas do Rio realizada nesta quinta, no Mistura Fina, para nossa avaliação e discussão.



Convidamos um professor de sociologia do trabalho da USP e PUC , que também é musico , para fazer uma breve colocação sobre sua experiência sobre Camâras setoriais e relações de trabalho, que pensamos será útil para todos nós...



Sugerimos a ele que fizesse brevemente a abertura dos nossos trabalhos de amanhã, desde que obviamente seja aprovado pelo coletivo de músicos que lá estiverem...



Pensamos que a fundação do Fórum Paulista de Músicos bem como todo processo de união e discussão que estamos vivenciando.no Brasil inteiro é algo histórico e bastante significativo.



Compareçam a reunião de amanhã e avise todos os músicos profissionais que você conhece para que também compareça.



Forte abraço a todos

Carlinhos Antunes, Juca Novaes e Carlos Zimbher



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RESUMO:

Em meados de outubro desse ano, o Ministro Gilberto Gil lançou, em São Paulo (Cinemateca) a proposta de criação da CÂMARA SETORIAL DE MÚSICA, vinculada ao Ministério da Cultura. Essa Câmara envolveria a criação de vários grupos de trabalho, enfocando os principais problemas que afligem os profissionais da música, que vão desde a volta da educação musical nas escolas, até questões como o direito autoral, o jabá e a OMB, dentre outras . A missão da Câmara seria a de realizar um diagnóstico de todas essas questões, e encaminhar propostas de mudança ou aperfeiçoamento.



Para debater essas questões, e para iniciar uma mobilização dos profissionais da música, foi criado o que chamamos de FORUM PERMANENTE PAULISTA DE MÚSICA, visando o aprofundamento das discussões, e objetivando iniciar um movimento de articulação nacional. Para a coordenação do Fórum, foram indicados quatro representantes: Amílson Godoy, Carlinhos Antunes, Carlos Zimbher e Juca Novaes. Esse Fórum tem contado já com a adesão de centenas de representantes, dentre eles nomes expressivos de várias das facetas da música, tanto a erudita como a popular (com todas as suas linguagens, como o pop, rock, MPB, regional, sertanejo, etc).



Depois de várias reuniões, foi produzido um documento, denominado "Carta de São Paulo", que contém sugestões e reivindicações sobre a forma de organização da Câmara. Esse documento foi divulgado num encontro com o Ministro Gilberto Gil, realizado no dia 4 de novembro (na Funarte - RJ) , que contou com a participação de centenas de músicos de todo o país, e representantes de fõruns de outros estados, como o Rio de Janeiro e Minas Gerais.



Nessa reunião, se fixou o mês de dezembro como prazo final para a definição da forma de organização da Câmara Setorial. Nesse período, estão se constituindo fóruns semelhantes ao nosso em estados como a Bahia e o Rio Grande do Sul. O que se objetiva é que o movimento tenha uma amplitude verdadeiramente nacional.



O movimento está bastante forte (como não víamos na categoria dos músicos há muitos anos) e as propostas estão afunilando.



No nosso entender estamos diante da possibilidade de que seja formulada uma política pública para a área de música, discutindo os grandes segmentos da cadeia de produção: Formação, Criação, Produção, Difusão e Consumo. Com temas transversais como: direito autoral, democratização dos meios de comunicação, patrimônio material e imaterial, investimentos e fomentos e legislação trabalhista. Isso poderá representar uma mudança, para melhor, de vários dos aspectos da profissão do músico.



Esse é o momento da união dos profissionais da música. Contamos com sua presença.

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Caros amigos musicais

Para a sua informação, segue um relato detalhado, de forma cronológica, das
reuniões que vêm acontecendo no Fórum Paulista Permanente de Música.
informamos também que estão marcadas reuniões todas às 2as feiras, às 20h00
sempre na Funarte - Al. Nothman 1058

Para quem chegou agora, recomendamos a leitura do início. Para os demais, o
final do documento diz respeito às últimas reuniões.

I. O começo

Na sexta feira, 22/10, aconteceu uma reunião na Sala Vermelha do Itaú
Cultural onde compareceram cerca de 50 pessoas, convocada pelos amigos
Carlos Antunes, Juca Novaes, Dalmo (do sindicato do Rio de Janeiro),
Cristina Saraiva (do Fórum do Rio de Janeiro) e Ivan Lins.

O assunto era a criação de câmaras setoriais para discussão de política
cultural. Isso porquê o Fórum do Rio, que já vem se reunindo ha algum tempo,
tinha ido até o ministério pedir a criação de uma agência nacional para a
música, como a Ancinav para o cinema.

A resposta do ministério foi propor câmaras setoriais para todos os setores
das artes (arte dramática, literatura, música, etc.) e estabelecer um prazo
de 15 dias para receber as propostas de cada setor - ou seja, dia 4 de
Novembro, em encontro que se realizaria no Rio de Janeiro, na Funarte.

Nessa reunião no Itaú foi apresentada a proposta do Fórum do Rio. O Rio já
estava nessa época escolhendo pessoas para compor os grupos de estudos e
para representar o fórum na câmara setorial de música.

II. O lançamento do projeto das Câmaras Setoriais

O lançamento desse projeto foi feito na 2a feira seguinte,dia 25/10, na
cinemateca em São Paulo. Lá o Ministro debateu rapidamente com os presentes,
explicando em parte o que ele esperava receber dos artistas. Ali se
mencionou que estabelecida a câmara de música, esta seria parte do Conselho
de Cultura, e que se mostrassemos eficiência e representatividade poderiamos
inclusive ter nossa própria Agência, como a Ancinav. Segundo o ministro, as
câmaras setoriais durarão 6 meses e depois deverá surgir um modelo de
política cultural permanente, ou seja, duração de mais do que uma gestão de
um governo.

III. A criação do Fórum Paulista Permanente de Música

Na reunião seguinte, 4a feira 27/10, no Museu da Casa Brasileira, foi votada
a criação do Fórum Paulista Permanente de Música e eleita a atual mesa:
Carlos Antunes, Carlos Zimbher, Amilson Godoi e Juca Novaes. Começamos a
organizar os pontos de discussão e ficou marcada nova reunião para sexta
feira seguinte (29/10) na Funarte.

IV. A Redação da Carta de São Paulo

Da reunião do dia 29/11 sairam os pontos principais da carta de São Paulo
que foi depois levada para o Rio. Contamos com o Dinho, que nos explicou o
que são câmaras setoriais. A conclusão é que essas câmaras, usadas no Brasil
com sucesso somente para a indústria automobilística durante o governo
Collor, são encontros entre trabalhadores, empregadores e governo onde se
busca obter consenso. Ou seja, representantes da cadeia produtiva de um
determinado produto resolvem suas divergências de uma forma em que se um dos
participantes discordar a câmara fracassa e pronto.

A carta redigida após essa reunião sugeria o COMO encaminhar a discussão de
uma política cultural para o país, incluindo o QUÊ pudesse aparecer durante
o processo. Os pontos principais foram:

1 - A câmara setorial de música se dividiria em subcâmaras e estas teriam
vários grupos de trabalho abrangendo os ítens propostos pelo Fórum do Rio e
ampliando-os. Para a criação das subcâmaras pensou-se em eixos principais
dos assuntos a serem tratados e suas subdivisões (que gerariam os grupos de
trabalho) - pensou-se nesses eixos considerando-se que a cultura extrapola a
simples classificação de "produto". Pensou-se em subcâmaras para garantir
que toda a estrutura se permeie e pertença à discussão, conforme o ítem 2
abaixo.

2 - A câmara setorial seria o congresso das subcâmaras, ou seja, o camarão"
(jargão adotado para a câmara setorial de música) seria composto por membros
de todas as subcâmaras e as subcâmaras por membros dos grupos de trabalho.
Uma representação parlamentarista, em vez de presidencialista.

3 - Propunha-se a unidade nacional e ampliação do prazo de discussão das
propostas para que conseguíssemos esse objetivo de unidade.

4 - Representatividade de 50% de membros da categoria musical em todas as
instâncias, entendido que categoria musical representaria músicos,
professores de música, intérpretes, arranjadores, compositores, autores e
regentes. Essa representatividade estaria entendida de duas maneiras:
primeiro, como fator que garantiria a maior tempo de palavra e consultoria
ao vivo entre os membros - que viriam dos diferentes grupos de trabalho e
das diferentes subcâmaras - além do que estariamos mais fortes nessas
reuniões, que, principalmente no caso das discussões com grandes grupos
corporativos, não serão fáceis, pois as pessoas que a corporação manda são
profissionais disso. Segundo, para o caso de haver votação, 50% é veto,
menos que isso não é nada, 51% é ditadura.

Apesar de não termos feito uma lista formal com indicações de nomes, uma
série de indicações foi feita por internet com vários nomes de São Paulo
representantes de várias turmas diferentes da música: eruditos, populares,
de raiz, indígena, independente, etc. com o intuito de fazer constar que
temos inúmeras sugestões de nomes, mas que nossa prioridade não é essa, a
prioridade é garantir que se houver discussão, participaremos dela com
representatividade e democracia.

V. A Aprovação da Carta de São Paulo

Houve nova reunião na 4a feira dia 3/11 na Funarte para apresentar a carta
de São Paulo, a ser lida na reunião do dia seguinte com o ministro, no Rio
de Janeiro. A carta foi aprovada e iniciou-se o assunto sobre criar ou não
uma entidade com CNPJ para o fórum, discussão que ainda não terminou. O
ministro disse que aceita a representação civil do fórum, porém não escreveu
isso, enfim, assunto para o futuro.

VI. A reunião com o Ministro e com o Fórum do Rio

Dia 4/11 nossa delegação foi ao Rio e expôs nossa carta. Fomos muito
aplaudidos, principalmente no tocante à unidade nacional, sugerida por nós,
e conseguimos extensão do prazo para discussão, até dezembro. (Segundo o
Dalmo, 6/12). Novos grupos estão sendo formados no Rio Grande do Sul, na
Bahia e em outros estados. Para o Fórum do Rio, até agora, o ideal é uma
representação bi-partite entre Rio e São Paulo, com apenas um representante
(Ivan Lins) e um suplente (Cristina Saraiva) - a mesma representação (um
nome mais um suplente) seria indicada pelo Fórum Paulista. O Fórum do Rio já
conversou com fóruns do Pará e outros estados e até onde se sabe, aqueles
teriam delegado ao Rio a sua representação. Até aqui o Fórum Paulista
diverge dessa representação única e sugere uma representação maior, que
contemple inclusive as demais regiões do país.

Na reunião com o Forum do Rio uma assessora do ministro, da Secretaria de
Política Cultural, se ofereceu para enviar um organograma das câmaras
setoriais que sintetizasse as posições de São Paulo e Rio. A carta com um
novo organograma foi discutida na reunião seguinte, que aconteceu dia 10/11,
na Funarte.

VII. A não aceitação do organograma proposto pela assessora do Ministro

O organograma enviado pela assessora do ministro não contemplou as
subcâmaras, não mencionou os 50%, não mencionou a representatividade
"parlamentarista", enfatizou a cadeia produtiva, e por isso não foi aceito
pela assembléia. Considerou-se que a formação de grupos de trabalho para
produzir insumos (informações) para a câmara setorial nos desvincula do
processo de debates que deve ocorrer. (Ver carta com nossa resposta no site
do Fórum, na internet)

Nessa mesma reunião surgiram posições que consideram que o Fórum deve
começar imediatamente a reivindicar/discutir pontos que produzam a tão
sonhada representatividade nacional, como o acesso à mídia democratizado,
redução dos impostos e simplificação dos mesmos, sindicato representativo da
categoria e outras tantas. Essa discussão correu solta no fórum, na
internet, e chegou-se à conclusão que o ideal é fazer as duas coisas ao
mesmo tempo.

VIII. Aprovada inscrição no Fórum Social Mundial, abertura das inscrições
para os grupos de debate

A inscrição de R$ 150,00 será paga com o recolhimento inicial feito na
assembléia entre os presentes. O Fórum Social Mundial acontece em Janeiro de
2005 em Porto Alegre. As pessoas que quiserem se inscrever devem entrar em
contato com Herci, Itamar ou zezefreitas@comum.com.
Foram abertas as inscrições para os eixos de debates que constam na carta de
São Paulo. As inscrições podem ser feitas pela internet diretamente para o
e-mail da Zezé Freitas zezefreitas@comum.com. Considerou-se que os grupos
devem ser formados até dia 22/11, data da próxima reunião, e resolver sua
coordenação e forma de encontros individualmente. Serão, claro, aceitas
inscrições após esse prazo, mas não se resolveu até quando. Os grupos
deverão trazer suas conclusões e dúvidas para a Assembléia Geral de tempos
em tempos (15 dias por ex.). Os eixos são aqueles da Carta de São Paulo, no
site do fórum.

Foi aprovado o convite de especialistas nas várias áreas de discussão para
realizarem palestras com duração aproximada de 15 minutos. Os nomes seriam
indicados pelos membros do fórum.

Os resultados dos encontros na Bahia e com o SESC serão debatidos na próxima
reunião de 2a feira, dia 22/11, 20h00, Funarte.

Espero que todos compareçam nas próximas reuniões já agendadas
- 22 e 29/11, 06 e 13/12, 20h00, sempre na Funarte.

Avisem seus amigos !

Léa Freire e Zezé Freitas

palavras de Emir Sader

Durante Seminário de Políticas Públicas para a Cultura, realizado
(6/12) na Assembléia Legislativa, atentem para
as palavras do Emir Sader:

Bastante aplaudido, Emir Sader fez uma entusiasmada defesa do
financiamento público da cultura. Disse que a arte e a cultura
de um povo não podem ser privatizadas, nem tratadas como meras
mercadorias, mas, sim, como bens públicos. "As leis de incentivo
transferiram as decisões sobre o financiamento da cultura para a
empresa privada. Um gerente de marketing de uma multinacional ou
de um grande banco decide sozinho o que merece ou não ser patrocinado.
E faz isso utilizando dinheiro público.
É uma aberração sem tamanho"

sexta-feira, dezembro 10

PROPOSTA PARA O ENCONTRO NACIONAL

PROPOSTA PARA O ENCONTRO NACIONAL

DIA 21 DE DEZEMBRO DE 2004
FUNARTE – SÃO PAULO – Alameda Nothman, 1058

I. O ENCONTRO TERÁ CARÁTER ABERTO, qualquer músico inscrito poderá participar.

II. TEMA E OBJETIVO:
1. Avançar na formulação do formato da Câmara Setorial de Música, resultando em um relatório para ser apresentado ao Ministério, construído sobre pontos consensuais.
2. Articular a organização do CONGRESSO NACIONAL DE MÚSICA para 2005.
3. Tirar uma estratégia comum para a formação de FORUNS PERMANENTES

III. INSCRIÇÃO
1. A inscrição irá até o dia 17/12/2004.
2. Na ficha de inscrição o participante deverá se manifestar sobre a seguinte questão:
“Quais os principais problemas enfrentados pela categoria artístico-musical atualmente no país?”
Os dez pontos mais citados serão expostos por ordem de grandeza em um painel na abertura do Encontro.

3. Junto com a ficha o participante receberá um documento intitulado “CARTA AOS SENHORES DO MUNDO” do filósofo francês Pierre Bordieu, que servirá de base para a palestra e discussões em grupo.
4. Os participantes, sejam eles delegações ou indivíduos, poderão remeter textos e propostas que farão parte da PASTA DO ENCONTRO, que será entregue a cada participante para posterior consulta e reflexão.

IV. O encontro será aberto por 3 (três) intervenções:
1. Um membro da Coordenação fará um resumo histórico para situar todos os presentes sobre o processo que nos trouxe até aqui;
2. Um representante do Ministério da Cultura fará uma preleção sobre o que o governo pretende, e qual o entendimento sobre a Câmara Setorial
3. Um palestrante convidado abordará o tema “CRIAÇÃO ARTÍSTICA-MUSICAL COMO BEM IMATERIAL E PRODUTO DO ESPÍRITO HUMANO”, abordando as relações entre a criação musical e o mercado de produtos e mercadorias.

V. Após a abertura, os participantes debaterão em grupos de 10 a 20 participantes, dependendo do número de inscritos, e produzirão um relatório.
Cada grupo nomeará um COORDENADOR e um RELATOR que será responsável pela formulação do relato final a ser apresentado à plenária.



VI. Os grupos devem debater em torno de três perguntas chave:

1. A música é criação do espírito humano. Até que ponto o resultado dessa criação pode encarado como mercadoria?
2. Com base na reflexão anterior, como deve ser concebida uma CÂMARA SETORIAL DE MÚSICA?
3. Qual deve ser nossa participação nessa Câmara (representatividade) e qual o papel dos Fóruns Permanentes de Música nessa conjuntura.

VII. Após o fechamento dos grupos, será formada uma PLENÁRIA para os relatórios
Cada grupo terá de 15 a 20 min para fazer o seu relatório, da forma como desejar.
Deverá também entregar para registro, os pontos da discussão devidamente anotados nas folhas distribuídas pela coordenação. Esses registros serão utilizados para compor o RELATÓRIO FINAL DO ENCONTRO.

VIII. Na plenária final será formada uma COORDENAÇÃO NACIONAL DOS FORUNS DE MÚSICA, composta por músicos presentes ou não, de acordo com a indicação das regiões.
Os objetivos dessa coordenação são:
4. Confecção do RELATÓRIO FINAL DO ENCONTRO, juntamente com a COORDENAÇÃO DO ENCONTRO
5. Coordenação dos Fóruns Permanentes, com o Relatório do Encontro como documento articulardor.
6. Preparar e organizar o CONGRESSO NACIONAL DE MÚSICA, a ser realizado em fevereiro




Coordenação do ENCONTRO NACIONAL DE MÚSICA
São Paulo, 10 de dezembro de 2004

Boletim 06/12

Forum Paulista Permanente de Música
FUNARTE - Al Nothman 1058 sempre às 20h00.
BOLETIM 06/12/04
I - Relatos

Levantou-se questão para buscar forma mais dinâmica de atrair a classe, isto é,
melhorar a comunicação para que mais músicos frequentem o FPPM:
Boletim/ Filipeta/ Espaço oferecido pelo Sesc /Universidades/ Cursos /
Bandas/ Orquestras/ Movimento Hip hop/ CTN/ Shows/
Visita à bares e escolas/ Mala direta FUNARTE/ ULM /
Acessoria de Imprensa / Rádios/ Programas de TV /

Foram sugeridas algumas formas de arquivar nossos documentos e relatos de GTs.
Foram criados alguns BLOGS para isto e em breve seus links serão divulgados na lista de discussão do FPPM.

Teremos até dia 12/12 para a discussão do que será explanado nas mesas do FSM e até 15/12 para completar o cadastro dos participantes.

Hélvio , da FUNARTE, comentou que S.J. Rio Preto, Jacareí, Itapeva,Araraquara, Diadema e Bauru, pretendem criar Fórum Regional e solicitaram representantes de SP para orientações e esclarecimentos. A coordenadoria concordou.

Foram criados os Foruns de Alagoas, Minas Gerais e em Brasília.
Em Alagoas os problemas se repetem, possuem menos espaços que em todos os outros lugares.
Em BH estiveramm presentes Juca Ferreira, Ana de Holanda, Antonio Grassi, Amilson Godoy e Cristina Saraiva. Na fala do Minc a sustentação do assunto se deu através da CARTA DE SP.
Zimbher diz o mesmo sobre o Minc em Brasília.
Mato Grosso do Sul possui organização e estão avançados. Possuem Forum Estadual de Cultura e Associação de Músicos. As Câmaras Setorias existem e são bipartites. Solicitaram relatos dos nossos GTs.

Encontro Nacional
Finalidade de reunir as lideranças, lançar carta de princípios, extrair proposta ou desenho final do que será a Câmara Setorial. Será uma síntese dos encontros que aconteceram até aqui. O Minc tem expectativa muito grande que se produza documento final, posição consensual do que deve ser a Câmara Setorial.
Ficou marcada outra reunião, na quinta feira, dia 09/12 , às 20 hora, na Funarte, para se concluir a estrutura do Encontro Nacional.

sábado, dezembro 4

entrevista - imegaTV 12/12/04 - Canal 18 TVA

Breve relato da entrevista que irá ao ar no imegaTV 12/12/04 - Canal 18 TVA
Caros colegas do forum, estivemos hoje à tarde, Juca Novaes, Carlinhos Antunes, Paulo Santana, Luis Felipe Gama, Marcelo ( um músico convidado pela direção do programa ) e eu, Caito numa entrevista/debate envolvendo os trabalhos do Forum Permanente de Música na Imega TV, que tem seu endereço no canal 18 da TVA.
Procuramos deixar as nossas posições bem claras, apesar de algumas deesavenças com relação a determinados assuntos como a OMB, por exemplo.
Mas creio que conseguimos passar principalmente a idéia do Forum, distinguindo-o das Camaras Setoriais e reiteramos a importância da participação dos músicos em geral, ressalvando sempre o caráter aberto e democrático do Forum com relação às novas colaborações dos colegas, conclamando a todos os interessados que se juntem a nós para que o movimento cerre fileiras e tenha cada vez mais força de transformação.
Falamos abertamente sobre a situação nefasta da mídia manipulada (jabá) e da necessidade de se estinguir ou transformar a OMB em um órgão operante e pró-músicos. Discorremos ainda sobre a tríade essencial da atividade: criação, divulgação e proteção dos direitos. Falou-se ainda que muitos dos assuntos a serem discutidos nas Camaras já são preocupação de vários grupos, que tem trabalhado até no sentido de criar projetos de lei e que seriam beneficiados nisso ao se verem incluídos no rol de reivindicações da classe, sobre as quais estaremos nos debruçando dentro dos Grupos de Trabalho.
Divulgamos o endereço da Funarte e os dias e horários das reuniões, assim como do Encontro Nacional do dia 21 de dezembro.
Acabamos por gravar não apenas dois, mas tres programas de meia hora cada um, pela quantidade de informações que queríamos transmitir.
Enfim, foi feito ainda um breve relato de como tudo começou e do caráter perene e independente que queremos dar ao Forum.
Ao final, pasmem, até tocamos improvisadamente tres diferentes números musicais para serem inseridos ao final de cada programa.
Eu pediria ainda para cada participante que fizesse seu próprio relato, de forma que tivéssemos o quadro mais fiel possível da entrevista. De qualquer modo, nos foi prometida uma fita VHS contendo os tres programas para nosso arquivamente e posterior consulta.
Por enquanto é isso aí, moçada, vejo-os na segunda.
Abraços

Caito Marcondes

quarta-feira, dezembro 1

Boletim 29-11 FPPM

Forum Paulista Permanente de Música
FUNARTE - Al Nothman 1058 sempre às 20h00.
BOLETIM 29/11/04



I - Relatos sobre encontro de representantes do Rio e SP, com acessores do Minc

Nossas propostas e preocupações foram explicadas ao Minc representado por Juca Ferreira (Secretário Executivo) e Angela Andrade (Secretaria de Políticas Públicas), enfatizando o fato de que a Música é um Patrimônio imaterial e não pode ser vista unicamente como mercadoria. Falou-se na representatividade e aglutinação da classe artístico-musical. O Rio preocupa-se com os nomes a serem indicados para as Câmaras e SP pensa que o principal ponto seja aglutinar os músicos do Brasil para encontrar aspirações comuns e com isso, a representatividade e a estratégias necessárias para a formatação das Câmaras (50%, eixos temáticos em subcâmaras, visão da cultura como um todo. O Minc defendeu a proposta de organizar os Fóruns do Brasil: "Especialmente por estarem sendo fomentados pelo Governo, os Foruns são legítimos representantes da classe" segundo palavras do próprio Juca Ferreira e de Angela Andrade.

O Minc ainda não tem os nomes das entidades que participarão da câmara setorial de música e, através da Senhora Angela Andrade, firmou pacto com os representantes dos Fóruns Paulista e Carioca de que nenhuma proposta será definida até o "Encontro de Foruns" de dezembro.

Nesta semana, o lançamento das Câmaras Setoriais em Maceió, Campo Grande e BH terão representantes de SP, do Rio e do Minc.


II. No site do Minc há um documento com o seguinte título: "Democracia Cultural " que trata dos Foruns lançados recentemente e cita a Câmara Setorial da Música.


III. O Encontro Nacional de Fóruns de Música acontecerá dia 21 de dezembro, na FUNARTE com 20 a 30 pessoas representando os Fóruns Estaduais. O Show proposto ao Sesc foi adiado para o começo de 2005 . O formato deste encontro nacional será uma das pautas da próxima reunião e no decorrer desta semana a Comissão que o organiza estará debatendo as idéias para então apresentá-las no dia 06/12.

Para divulgação no interior dos estados foi sugerido lista de discussão, oficinas de música em universidades e site.

IV. FSM - Fórum Social Mundial

A discussão para o fechamento do documento do FSM terá continuidade virtual no decorrer da semana. Os GTs devem fornecer subsídios para os participantes que representarão nosso Fórum no FSM. É necessário divulgarmos o melhor possível nossa participação para que nossos debates lá tenham repercussão.

Deste Forum sairão várias formulações mundiais. Reconhecimento da música como linguagem de inclusão social. Este é o momento de divulgarmos o que se passa.


V. Site para o FPPM

Optou-se pelo domínio próprio e formou-se equipe para a construção e manutenção do site. Ele conterá divulgação de boletins, eventos, comunicados e documentos. Comportará participação e informes de outros foruns, cadastramento, artigos ou debates de idéias sobre música e links. Na sua formulação tratará das Sub Câmaras Temáticas - documentos e formulações dos Grupos de Trabalho - e do Forum Social Mundial


VI. Inclusão na lista de discussão

Os foristas solicitaram um "passo a passo" para entrar na lista de discussão do FPPM.


VII. Léa Freire foi eleita tesoureira


VIII. Luis Felipe Gama passou a integrar a Coordenação do FPPM


IX. Elegeu-se as coordenarias para os Grupos de Trabalhos.


X. Pautas para a próxima Reunião:

Discutir o Formato do Encontro Nacional de Fóruns de Música

Criar Secretariado



Compareça ao Fórum Paulista Permanente de Música

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